Ocorre pela persistência do conduto peritônio vaginal que comunica o abdome com a região inguinal.
É uma hérnia muito comum ,principalmente em prematuros.
A persistência desse conduto existe entre o 7º ou 8º mês de gestação,devendo desaparecer até o nascimento.Caso o fechamento não ocorra ,haverá passagem de estruturas de dentro do abdome para a região inguinal.Nos meninos é comum encontrarmos o intestino dentro deste conduto e nas meninas é comum encontrarmos os ovários.
Clínica
Observamos um abaulamento na região inguinal (que os pais descrevem como um “ inchaço “)principalmente aos esforços (evacuação,tosse,choro,brincadeiras)que desaparece ao repouso.
Quando há encarceramento ou estrangulamento herniário observamos um abaulamento vermelho e doloroso,vômitos ,distensão abdominal e parada de evacuação.Neste caso deve-se ir imediatamente a um hospital pediátrico.
Diagnóstico
Na sua grande maioria,é clínico.
Tratamento
É sempre cirúrgico e o mais breve possível para que não ocorram complicações como encarceramento (alças intestinais “presas”no canal inguinal)e estrangulamento(as alças intestinais ficam presas e sem irrigação sanguínea).Isto também pode acontecer com os ovários.Estes riscos são maiores em crianças abaixo de 1 ano de idade.
Inicialmente tentamos a redução manual deste conteúdo herniado ,fazendo com que ele retorne a cavidade abdominal.Evitando assim uma cirurgia de urgência;desde que já não haja sinais de sofrimento do conteúdo herniado.O nome da cirurgia é herniorrafia inguinal,onde fazemos uma incisão na região inguinal,identificamos e ressecamos ,após ligadura ,esse conduto peritônio vaginal.
É uma cirurgia que a criança recebe alta no mesmo dia ,exceto os prematuros que devem permanecer na unidade hospitalar por 24 hs.
Aqueles em que o diagnóstico é feito logo ao nascimento e são prematuros ,devem ser operados antes da alta hospitalar levando em consideração o peso que deve estar acima de 2 kg.
Complicações pós operatórias
Infecção da ferida operatória,hematoma,edema e recidiva da hérnia (<1%).
É a saída da gordura pré peritoneal através de um diminuto orifício (“buraquinho”)na linha média da região epigástrica (acima do umbigo)que causa um abaulamento.É mais comum em meninos.Normalmente os pais notam uma “bolinha”na região epigástrica na linha média e a criança queixa-se de dor local.
Diagnóstico
É clínico e melhor identificado examinando a criança em pé.
Tratamento
É sempre cirúrgico através de uma pequena incisão transversa no local da hérnia,onde retiramos essa gordura que está ali “presa”e fechamos o pequeno orifício.
É o abaulamento da região umbilical devido a entrada de uma víscera (órgão)abdominal pelo orifício umbilical, principalmente aos esforços.
É mais comum em meninas,10 vezes mais frequente na raça negra.
Diagnóstico
É clínico. A causa é uma falha no fechamento do orifício umbilical após a queda do cordão umbilical. Esse orifício tende a fechar até os 4 anos de idade. As crianças podem referir dor e ao exame observa-se um abaulamento e que quando reduzido sentimos o orifício que mede em torno de 2,5cm ,mas pode variar. Tende a um fechamento espontâneo.
É contra indicado o uso de moedas ,ataduras sobre o umbigo. Além de serem ineficazes podem levar a infecção e alergias locais.
Tratamento
É cirúrgico quando não ocorre o fechamento até os 4 anos de idade e orifício herniario maior que 1,5cm após os dois anos de idade.
A cirurgia consiste em uma incisão logo abaixo do umbigo acompanhando a sua curvatura com identificação e fechamento do orifício.
É o acúmulo de líquido peritoneal dentro da bolsa escrotal.Isso se dá pela permanência do conduto peritônio vaginal (que comunica o conteúdo abdominal com a região inguinal).Este conduto é mais “fino”do que o da hérnia portanto só passa através dele o líquido da cavidade abdominal.
O mais comum é esse conduto fechar espontaneamente até 1 ano,não necessitando de tratamento cirúrgico.
Existem ainda outras causas de hidrocele,que são:traumas,inflamações locais e pós cirúrgicas.
As hidrocele podem ser comunicantes e não comunicantes(essa classificação é quanto a patência do conduto peritônio vaginal).As que variam ao longo do dia costumam a ser comunicantes.
Clínica
Geralmente é um abaulamento indolor da bolsa escrotal.A transluminação da bolsa escrotal com lanterna em sala escura mostra a hidrocele translúcida o que não ocorre nas hérnias.
Caso haja dúvida no diagnóstico entre hidrocele e hérnia podemos realizar um US.
Tratamento
É cirúrgico após 1 ano de idade e chama-se hidrocelectomia.Faz-se também uma incisão na região e fecha o conduto peritônio vaginal ,se estiver patente,e faz o esvaziamento do líquido contido na túnica vaginal.
A hidrocele que surge após 12 anos de idade ,sem história prévia, provavelmente é não comunicante. Nesses casos ,a via de acesso é escrotal com a abertura da hidrocele ,esvaziamento do líquido e excisão ou e versão da túnica vaginal.