Patologias do Ânus e Reto

Os abscessos ocorrem devido a infecção das criptas anais quando ocorre obstrução delas. Eles causam abaulamento na região perianal, dor, febre e hiperemia. Ocorrem com maior frequência em lactentes até 2 anos de idade. Podem complicar com maior frequência ,com a persistência do orifício de drenagem ,dando origem a fístula perianal. Esta apresenta descargas de material purulento, com predomínio das bactérias anaeróbias. Localiza-se a cerca de 0,5 a 1,0 cm da margem anal e tem trajeto retilíneo. Em 80%dos casos são únicas .Quando múltiplas devemos pensar em Doença de Chron.
O tratamento de ambos é cirúrgico. O abscesso perianal deve ser drenado para alívio da dor e regressão da infecção. Devemos utilizar antibióticos com cobertura para anaeróbio e Gram-negativos.
A fístula deve ser ressecada em todo seu trajeto fistuloso, ou abertura do trajeto fistuloso até a cripta com remoção do tecido de granulação e cicatrização por segunda intenção.
Fissuras
São lesões traumáticas do canal anal decorrentes na maioria das vezes de fezes endurecidas e constipação intestinal. Pode ocorrer sangramento. Localizam-se no ângulo superior e inferior do esfíncter anal. O tratamento é realizado com uso de pomadas anestésicas ,banhos de assento com água morna e resolução da constipação.

Ocorre quando a fissura torna-se crônica,ocorrendo uma elevação das bordas das fissuras formando o plicoma.
A remoção do plicoma não está indicada ,uma vez que a recorrência é alta.

São bastante incomuns em crianças, e quando ocorrem atingem mais os adolescentes. Pode estar associada a constipação intestinal e dieta pobre em fibras.
Clinicamente pode haver queixa de dor anal espontânea ou ao evacuar, prolapso (saída)da hemorróida e retoquezia (sangue no reto).As hemorróidas externas são diagnosticadas na inspeção anal. Já as hemorróidas internas necessitam de realização de anuscopia sob sedação.
As hemorróidas externas ocorrem abaixo da linha pectínea ,que é recoberta por pele. Assim, quando ocorre trombose é comum relato de dor e formação de coágulo.
As hemorróidas internas acontecem acima da linha pectínea. A dor é menos comum porém pode haver retoquezia é prolapso do mamilo hemorroidário.
Classificação das hemorróidas internas
.Grau I-permanecem no canal anal e não prolapsam
.Grau II-prolapsam aos esforços e reduzem espontaneamente
.Grau III-precisam ser reduzidas manualmente
.Grau IV-nunca reduzem
O tratamento é conservador em sua grande maioria ,consistindo em melhora dietética e da constipação. Nos casos sintomáticos utilizam-se banhos mornos de assento e anestésico local. Na trombose externa a conduta também é expectante com uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Nos casos de muita dor após 48-72horas pode ser realizada a exérese (retirada)do trombo.
Nos raros casos de hemorróidas internas (graus III e IV)podem ser necessárias a realização da ligadura elástica ou mesmo hemorroidectomia.

É a exteriorização da mucosa retal através do ânus. É uma massa tubular de 2 a 3 cm, com orifício central. A coloração inicialmente é rósea. Pode haver sangramento ou saída de muco. A maioria tem redução espontânea. Acomete crianças entre 2 anos e 4 anos de idade, sem predileção por sexo.
Na maioria a causa é idiopática,mas pode ser decorrente de infestação por Trichuris trichiura ,associado a desnutrição,anemia,diarréias prolongadas,fibrose cística,situações que aumentem a pressão intra abdominal ou doenças que comprometam a inervação da musculatura perineal e perianal(meningomielocele).
Quanto ao tratamento, a maioria reduz espontaneamente ou com uma leve pressão. Caso recidive rapidamente podem ser usadas faixas adesivas comprimindo as nádegas. Condições como ,parasitose e desnutrição devem ser corrigidas. Nos casos de sequelas de mielomeningocele, indica-se a cirurgia como, por exemplo, a cerclagem.
Nos casos recorrentes sem causa definida pode -se tentar injeção de agentes esclerosantes na parede posterior do reto ,sob sedação. Caso não seja efetivo ,indica-se o tratamento cirúrgico como por exemplo a promonto fixação do reto.

São vegetações da mucosa intestinal na infância que estão localizados na mucosa retal baixa e são a 2ª maior causa de sangramento retal em crianças entre 2 anos e 7 anos de idade. O sangramento é uma hematoquezia(gotas de sangue após a evacuação).Podem surgir também como extrusão do nódulo pelo orifício anal ,de cor rósea. Geralmente, são únicos e pediculados.
Não há uma etiologia definida mas acredita-se que sejam de origem inflamatória.São HAMARTOMAS,não tendo potencial maligno.
O tratamento é a sua remoção cirúrgica sob anestesia geral acompanhada de uma retoscopia para avaliar outros pólipos. A remoção consiste na ligadura ou eletrocauterização da base do pólipo.

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